terça-feira, 25 de outubro de 2011

Desinteresse é o principal motivo daevasão escolar dos jovens, afirmapesquisa da FGV-RJ



A falta de interesse pela escola é o principal motivo que leva o jovem brasileiro a evadir. Apesquisa Motivos da Evasão Escolar, laada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas - FGV-RJ, revela que 40% dojovens de 15 a 17 anos que evadem deixam de estudar simplesmente porqueacreditam que a escola é desinteressante.
A falta de interesse pela escola é o principal motivo que leva o jovem brasileiro a evadir. A pesquisaMotivos da Evasão Escolar, laada nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas - FGV-RJ, revelaque 40% dojovens de 15 a 17 anos que evadem deixam de estudar simplesmente porque acreditam que a escola é desinteressante. A necessidade de trabalhar é apontada como o segundo motivo pelo qual os jovens evadem, com 27% das respostas, e a dificuldade de acesso à escola aparece com 10,9%.
Coordenada pelo economista Marcelo Neri, a pesquisa mostra que, apesar de diversos estudos demonstrarem o impacto da Educação na qualidade de vida e na renda dos indivíduos, em 2006, 17,8% da população 15 a 17 anos, que deveriam estar cursando o Ensino Médio, caso não houvesse atraso escolar, estavam fora da escola.
Entre as motivações que levaram esses jovens a evadir, na comparação entre 2004 e 2006, o desinteresse pela escola caiu de 45,12% para 40,29%, embora ainda seja o principal motivo. Já anecessidade de trabalhaaumentou de 22,75% para 27,09%.
O coordenador da pesquisa acredita que o desinteresse do jovem pela escola reflete a falta de demanda por Educação. "O que a pesquisa está mostrando é que não basta garantir o acesso ou criar programas de transferência de renda para assegurar que esse jovem permaneça na escola, é preciso torná-la mais atrativa, interessante e cativante. O problema da evasão é grave e atinge quase 20% dapopulação de 15 a 17 anos", explica.
Na opinião do pesquisador, as políticas públicas só terão sucesso se houver a concordância e aparticipação dos pais e os alunos. "É preciso entender as necessidades dos clientes dessas políticas", explica. Marcelo Neri diz que é importante informar e conscientizar esses jovens sobre os benefícios trazidos pela Educação e atraí-los à escola.
Na avaliação de Wanda Engel, superintendente executiva do Instituto Unibanco, uma das organizações que patrocinam o estudo, esses dados refletem uma situação preocupante. "As pessoas não estãoatentaa esse problema, nem os governos, nem a opinião pública, nem a mídia, não se deram contade que isto é uma bomba relógio. Estamos alimentando a exclusão desses jovens da entrada nomercado de trabalho moderno e, pior do que isso, excluindo o País de condições de competitividadeno mercado internacional", argumenta.
Segundo Wanda Engel, falta ao jovem entender que a Educação é um investimento necessário. "Conseguir o diploma do Ensino Médio é essencial para entrar na vida adulta", afirma. Para ela, o problema precisa ser atacado em três níveis: criaas condições mínimas para que esse jovem freqüente a escola; melhoraa qualidade da escola; e fazer um trabalho para que esse jovem readquira a sua capacidade de sonhar com um futuro. "Os gestores públicos precisam conhecer o fenômenoavaliar na sua própria realidade o que pesa mais desses três níveis e desenvolver estratégias específicas para cada um", explica.
O estudo, patrocinado por Fundação Educar DPaschoal, movimento Todos Pela Educação, Instituto Unibanco e Fundação Getulio Vargas - Rio de Janeiro, foi realizado com base nos suplementos de Educação das PNADs de 2004 e 2006 e na Pesquisa Mensado Emprego - PME/IBGE, utilizando as respostas diretas de pais e alunos sobre os motivos da evasão escolar.

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